INFORMAL E SEM CRITÉRIO
exercício de expressão com pouco ou nenhum compromisso no que diz respeito à lógica e à coerência.
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29 de jan. de 2011
manhã
eu gosto dos meus gostos e gosto do meu gosto. gosto para todos, silenciosamente às vezes mas cada vez menos (silenciosamente), e tento menos para todos mas mais para mim mesma porque eu sou a primeira e última pessoa que me conhece.
eu gosto de bom gosto e gosto de bom senso mas bom gosto e bom senso são coisas diferentes para as diferentes pessoas. eu estou em um lugar que nunca ninguém vai estar e nunca vou estar em outro lugar. só o que posso fazer é me aproximar, então, eu me aproximo. às vezes eu debruço e caio. e gosto da queda. caio e espero cair sempre no mesmo lugar, esse mesmo lugar onde ninguém nunca vai estar. eu sou um mundo e gosto de mundos. não quero ser john malkovich. nem lívia cotrim, e eu gosto dela. mas não só dela e nem só de marx e nem só de alguém.
às vezes eu não gosto de ninguém.
não há nada como certas coisas. essas plantas que grudam e enfeitam o concreto, não há nada como elas, e elas não tem garras. não me venha com essa de agarrar, isso é competitivo, e eu não preciso provar nada para ninguém, embora haja alguma beleza em agarrar também.
são feias minhas costas tortas, assim eu penso, e parece consenso. o resto todo está bom ou quase bom, aparentemente. onde meu mundo toma concretude é responsabilidade. tudo seria possível no meu mundo, mas eu tenho braços e pernas e enfim um corpo. por onde eu inicialmente me aproximo dos mundos. acho bom e ruim isso, mas também é de onde vem a poesia, então é bom. é uma história que talvez termine. o final precisa sempre ser caracterizado talvez porque (agora?) seja impossível não caracterizar tudo ou pelo menos quase tudo que se vê. ele só pode ser caracterizado depois que acontecer, obviamente, mas eu tenho um palpite: pode ser muito bom. pode ser que enfim o meu mundo vire o mundo com o mundo de todo mundo, num só mundo. como também pode ser que os mundos se afastem tanto que um dia nem se toquem mais os corpos. haveria poesia? se houvesse, acho que tudo bem.
pensar o mundo como um organismo é a coisa mais ultrapassada e menos séria que pode persistir. é uma piada. não se deveria reduzir assim as coisas. não se deveria, nunca, tratar o caos dessa maneira.
um pernilongo pode acabar com tudo.
pernilongo tem mundo? ou só faz parte? eu posso acabar com um pernilongo.
abelhas podem perturbar um almoço. e um moço pode vir ajudar, ou uma moça. "obrigada, moço".
"não se preocupe, eu estou bem".
eu estou bem, mas nunca completamente quando vocês aparecem. mudem-se para o paraná. ou não, você, mude-se para o paraná, você pode ficar, você deve ficar, você
tem que me perturbar. meu dulcílimo mal estar, minha queda livre. todos sabem que um tropeço pode ser infinitamente irritante e uma queda livre é uma queda livre.
pernilongos?
tire seu brinquedo da caixa, ainda que não seja para brincar. é assim que eu gosto, e quando o cabelo resolve cooperar. permita-me, minimamente, sempre minimamente, ainda que muito minuciosamente, permita-me explicar.
eu escreveria páginas sobre esse mundo. e todas as outras ficariam em branco.
postado por ca